E, chamando os Seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Marcos 12:43
Cristo não Se impressionava com pessoas arrogantes e vaidosas, que faziam as coisas para receber louvores dos outros. Ele não valorizava aqueles que se orgulhavam de sua suposta piedade, depositando grandes somas de dinheiro nos cofres do Templo, para serem vistos.
Jesus dava mais valor a pessoas humildes e sinceras, como a viúva pobre, que veio ao Templo para depositar apenas duas moedinhas de pequeno valor. Provavelmente ninguém mais notou a oferta dela; só Jesus. Mas Ele foi a mais importante testemunha desse ato. Chamando Seus discípulos, disse-lhes que ela havia dado mais do que todos os outros, porque eles deram do que lhes sobrava, mas ela deu tudo quanto possuía. Essa mulher pôs seu dinheiro onde estava seu coração. E Jesus a elogiou. Alguém duvida que essa viúva realmente amava a Deus?
Talvez o ato de devoção dessa viúva fosse uma indicação de que ela havia aceito as provações sem se revoltar contra Deus. Ela havia perdido o marido. Quem já passou por essa experiência dolorosa conhece não apenas o sofrimento e a solidão, mas também a tentação para sentir amargura e ira.
A atitude dessa viúva nos faz lembrar da história de uma família judia que perdeu alguns de seus membros no Holocausto. Mas eles continuaram indo à sinagoga todos os sábados. Quando um amigo lhes perguntou por que eles eram tão assíduos em sua frequência, eles responderam: “Queremos mostrar a Deus que superamos nossa dor.”
Você e eu não conhecemos os desígnios divinos. Quando ocorre uma tragédia, nossa reação natural é: “Se Deus podia impedir isso, por que não o fez?” Ninguém de nós aceita facilmente a ideia de perder alguém a quem ama. Quando isto acontece, a cura leva tempo. E essa viúva havia superado sua dor e continuava confiando em Deus.
Aquelas duas moedinhas depositadas no Templo podem ter sido uma expressão de que a viúva havia se recuperado de seu luto. Ela havia superado sua dor. Depositou ali tudo o que possuía. Dali em diante teria de confiar totalmente em Deus para o seu sustento. Não é de admirar que Jesus a tenha elogiado.
Temos nós a mesma confiança na providência divina?
Meditações Diárias - Rubem Scheffel
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