Grandes, à vista de Deus

 
Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Lucas 16:10.
 
A vida não se compõe apenas de grandes coisas; são as pequenas coisas que formam a soma da felicidade ou da miséria da vida. São as pequenas coisas da vida que revelam o real caráter de uma pessoa.
 
Oh, se todos os jovens e os de idade madura pudessem ver como tenho visto o espelho da vida das pessoas apresentado diante delas, olhariam com mais seriedade mesmo os pequeninos deveres da vida.
 
Todo erro, todo engano, por insignificante que pareça, deixa nesta vida uma cicatriz e uma mancha nos registros celestes.
 
A vida está cheia de deveres não agradáveis, mas todos esses deveres menos aprazíveis se tornam gratos mediante a satisfação em cumpri-los porque é correto. Tomar interesse nas coisas que alguém precisa fazer, e esforçar-se por fazê-las de coração, tornará aprazíveis os mais desagradáveis deveres. — Carta 41a, 1874.
 
Muitos há que menosprezam os pequenos acontecimentos da vida, os pequeninos atos que devem ser executados dia a dia; estes, porém, não devem ser estimados em pouco, pois cada ação influi para benefício ou para dano de alguém. ...
 
É unicamente o agir em harmonia com os princípios da Palavra de Deus nos pequeninos tratos da vida, que nos coloca do lado do direito. Somos provados e experimentados por estas pequenas ocorrências, e nosso caráter será estimado segundo for a nossa obra. — The Review and Herald, 15 de Outubro de 1895.
 
É a atenção conscienciosa ao que o mundo chama coisas pequenas, que faz a grande beleza e o êxito da vida.
 
Pequenos atos de caridade, palavrinhas de bondade, pequenos atos de abnegação, o sábio emprego de oportunidades, diligente cultivo dos talentos pequeninos, fazem grandes os homens diante de Deus.
 
Fonte: EGW - Manuscrito 59, 1897
 
 
 



Orar de manhã



Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã me apresentarei a Ti, e vigiarei. Salmos 5:3.

A primeira respiração da alma pela manhã deve ser a presença de Jesus. “Sem Mim”, diz Ele, “nada podereis fazer.” João 15:5.
 
É de Jesus que necessitamos; Sua luz, Sua vida, Seu espírito devem ser nossos continuamente. D'Ele precisamos cada hora. E devemos orar de manhã, para que, assim como o Sol ilumina a Terra e enche o mundo de luz, também o Sol da Justiça brilhe nas câmaras da mente e do coração, tornando-nos luzes no Senhor. Não podemos dispensar Sua presença um momento sequer. O inimigo sabe quando intentamos andar sem o Senhor, e ali está ele, pronto para encher-nos a mente de más sugestões para que decaiamos de nossa firmeza; mas o desejo do Senhor é que de momento a momento permaneçamos n'Ele, e n'Ele sejamos completos.
 
Deus quer que cada um de nós seja perfeito n'Ele, a fim de representarmos perante o mundo a perfeição de Seu caráter. Quer que estejamos isentos de pecado, para não desapontarmos o Céu, nem entristecermos o divino Redentor. Não quer Ele que professemos o cristianismo sem prevalecer-nos da graça que nos pode tornar perfeitos, e nada nos falte. — The Bible Echo, 15 de Janeiro de 1892.
 
A oração e a fé farão o que nenhum poder da Terra conseguirá realizar. Raramente somos colocados duas vezes nas mesmas circunstâncias sob todos os pontos de vista. Experimentamos continuamente novas cenas e novas provas, onde a experiência passada não pode ser um guia suficiente. Temos que ter a luz perene que vem de Deus. Cristo envia sempre mensagens aos que estão atentos à Sua voz. — A Ciência do Bom Viver, 509.
 
Faz parte do plano de Deus conceder-nos, em resposta à oração da fé, aquilo que Ele não outorgaria se o não pedíssemos assim. — O Grande Conflito entre Cristo e Satanás, 525.
 

Fonte: EGW- Cuidado de Deus, 33
 

O verbo se fez carne


 
A união do divino com a natureza humana é uma das mais preciosas e misteriosas verdades do plano da redenção. É dela que fala o apóstolo Paulo nestas palavras: “Sem dúvida nenhuma, grande é o mistério da piedade: Deus Se manifestou em carne.” 1 Timóteo 3:16.
 
Essa verdade tem sido para muitos causa de dúvida e incredulidade. Quando Cristo veio ao mundo — como Filho de Deus e do homem — não foi compreendido pelo povo de Seu tempo. Humilhou-Se, tomando a natureza humana para poder atingir a raça decaída e reabilitá-la. Em virtude do pecado, porém, os homens tinham o espírito obscurecido, as faculdades entorpecidas e a percepção embotada a ponto de não Lhe discernirem o caráter divino sob as vestes da humanidade. Essa falta de compreensão de sua parte foi um obstáculo à obra que Cristo Se propunha realizar em seu favor; de sorte que, para imprimir força aos Seus ensinos, precisou muitas vezes definir e defender Sua posição. Pela referência ao Seu caráter misterioso e divino, tentou dar às Suas ideias uma orientação que favorecesse a virtude reformadora da verdade.
 
De outras vezes, servia-Se dos objetos da natureza, que lhes eram familiares, a fim de ilustrar as verdades divinas. O terreno do coração era desse modo preparado para receber a boa semente. Fazia sentir aos ouvintes que Seus interesses estavam identificados com os deles e que Seu coração pulsava em simpatia por eles, nas suas alegrias e tristezas. Ao mesmo tempo, podiam observar n'Ele a revelação de um poder e excelência que muito excediam os que possuíam seus mais respeitáveis rabinos. Os ensinos de Cristo se assinalavam por uma simplicidade, dignidade e virtude até então deles desconhecidas, e sua involuntária exclamação eram estas palavras: “Nunca homem algum falou assim como este Homem.” João 7:46. O povo escutava-O com prazer; mas os sacerdotes e príncipes — que faltavam eles próprios à sua dignidade de guardiães da verdade — aborreciam a Cristo pela graça n'Ele revelada, que afastava deles as multidões para seguirem a Luz da vida. Por sua influência, a nação judaica, deixando de discernir o caráter divino de Cristo, rejeitou o Salvador.
 
A união do divino com o humano, manifestada em Cristo, se nos depara também na Bíblia. As verdades nela reveladas são inspiradas por Deus; contudo, são expressas por palavras de homens e adaptadas às necessidades humanas. Assim se poderia afirmar acerca do Livro de Deus o que se disse de Cristo, que “o Verbo Se fez carne, e habitou entre nós”. João 1:14. E esse fato, longe de constituir um argumento contra a Bíblia, deve fortalecer a nossa fé nela como a Palavra de Deus. Os que se pronunciam sobre a inspiração das Escrituras Sagradas, aceitando algumas partes como divinas, enquanto rejeitam outras como de origem humana, perdem de vista o fato de que Cristo, o divino, participou da natureza humana a fim de poder atingir a humanidade. Na obra de Deus para a redenção do homem, a divindade e a humanidade se identificaram.
 
Há muitas passagens nas Escrituras que os críticos céticos declaram não ser inspiradas, mas que, na sua excelente adaptação às necessidades dos homens, constituem as mensagens do próprio Deus para conforto de Seus filhos que nEle confiam. Uma bela ilustração desse fato ocorre na história do apóstolo Pedro. Estava preso, esperando ser executado no dia seguinte. Aquela noite dormia “entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! E caíram-lhe das mãos as cadeias”. Atos dos Apóstolos 12:6, 7. Pedro, subitamente despertado, extasiou-se com a claridade que inundava o cárcere, e a beleza celestial do mensageiro divino. Não compreendeu a cena, mas sabia que estava livre, e em seu assombro e júbilo se teria retirado da prisão sem ter o cuidado de agasalhar-se do frio ar da noite. O anjo de Deus, notando todas as circunstâncias, disse-lhe com terna solicitude pelas necessidades do apóstolo: “Cinge-te e ata as tuas sandálias.” Atos dos Apóstolos 12:8. Pedro obedeceu mecanicamente; mas, tão embevecido estava diante da revelação daquela glória celestial, que não pensou em tomar a capa. Ordenou-lhe então o anjo: “Lança às costas a tua capa e segue-me. E, saindo, o seguia. E não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão. E, quando passaram a primeira e segunda guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou dele.” Atos dos Apóstolos 12:8-10. Achou-se, pois, o apóstolo só nas ruas de Jerusalém. “E Pedro, tornando a si, disse: Agora sei verdadeiramente — não eram pois um sonho ou uma visão, e sim um acontecimento real — que o Senhor enviou o Seu anjo, e me livrou da mão de Herodes, e de tudo que o povo dos judeus esperava.” Atos dos Apóstolos 12:11.
 
Os céticos podem sorrir à ideia de que um anjo glorioso do Céu houvesse de dar atenção a uma coisa tão trivial como a de cuidar destas simples necessidades humanas, pondo talvez em dúvida a inspiração dessa narrativa. Mas na sabedoria divina essas coisas foram relatadas na história sagrada não para benefício dos anjos, mas em atenção aos homens, para que, quando postos em situações difíceis, encontrassem conforto na ideia de que o Céu a todos conhece.
 
Jesus declarou que nem mesmo um passarinho cai ao solo sem ser notado pelo Pai celestial, e que se Deus tem presentes as necessidades de todas essas pequenas aves, muito mais cuidará dos que se fizerem súditos de Seu reino, e que, pela fé n'Ele, se constituírem herdeiros da vida eterna. Oh, se o espírito humano pudesse ao menos compreender — na medida em que o plano da redenção pode ser apreendido por mentes finitas — a obra de Jesus em tomar a natureza humana e o que Se propõe realizar por nós com esta Sua maravilhosa condescendência, o coração dos homens se comoveria de gratidão pelo grande amor de Deus, e humildemente adorariam a divina sabedoria que delineou o mistério da graça!
 
Fonte: EGW, T5, 746-749
 


Uma Crise é iminente

 
Estamos às vésperas de grandes e importantes acontecimentos. As profecias rapidamente se estão cumprindo. O Senhor está às portas. Está prestes a inaugurar-se um período da mais alta importância para todos os viventes. As controvérsias do passado serão reavivadas, e outras novas suscitadas. As cenas que deverão desenrolar-se neste mundo não são nem sequer sonhadas. Satanás está operando por meio de instrumentos humanos. Os que se empenham em conseguir uma emenda à Constituição, para obter uma lei que imponha a observância do domingo, mal compreendem qual vai ser o resultado. Uma crise é iminente.
 
Necessitamos exercer fé em Deus, porque estamos justamente enfrentando um tempo de grandes provações. Cristo, no Monte das Oliveiras, enumerou os juízos terríveis que deviam preceder Sua volta: “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras.” “Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores.” Mateus 24:6-8. Se bem que essas profecias tivessem tido cumprimento parcial na destruição de Jerusalém, aplicam-se mais diretamente aos últimos dias.
 
Entretanto, os servos de Deus não devem confiar em si mesmos nesta hora calamitosa. Nas visões dadas a Isaías, Ezequiel e João, vemos o interesse que o Céu toma nos acontecimentos da Terra e quão grande é a solicitude de Deus pelos que Lhe são fiéis. O mundo não está sem um governante. O programa dos acontecimentos futuros está nas mãos do Senhor. A Majestade do Céu tem sob Sua direção o destino das nações e os negócios de Sua igreja.
 
Na obra de Deus, muitas vezes nos deixamos influenciar pelos cuidados e dificuldades. O peso da responsabilidade não pesa apenas sobre mortais. Precisamos confiar em Deus, crer n'Ele e avançar. A incansável vigilância dos mensageiros celestiais e seu incessante empenho em prol dos que vivem na Terra nos revelam como a mão de Deus está guiando uma roda dentro de outra. O Instrutor divino diz a cada qual que desempenha uma parte em Sua obra o que outrora disse a respeito de Ciro: “Eu te cingirei, ainda que tu Me não conheças.” Isaías 45:5.
 
Irmãos, não é tempo de nos lamentarmos e entregarmos ao desespero, nem de ceder à dúvida e incredulidade. Cristo não é para nós um Salvador que jaz no sepulcro de José, vedado por uma grande pedra selada com o selo romano; temos um Salvador ressuscitado. É o Rei, o Senhor dos exércitos, que está assentado entre querubins, e que no meio da peleja e do tumulto das nações continua a guardar Seu povo. Aquele que domina nos Céus é nosso Salvador. Avalia cada provação; vigia a fornalha ardente destinada a provar cada alma. Quando as fortalezas dos reis ruírem e as flechas da ira de Deus atravessarem o coração de Seus inimigos, Seu povo estará seguro em Suas mãos.
 
Fonte: EGW, T5-753,754


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