Relatório divulgado pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (2007-2008) indica que uma pessoa em cada 50 é afetada pelo transtorno de ansiedade generalizada, que geralmente começa a ocorrer após os 20 anos de idade.1 É comprovado pela medicina que a ansiedade prolongada pode causar muitos problemas de saúde, entre eles, dores de cabeça, náuseas, fadiga, complicações digestivas, enfraquecimento do sistema imunológico e lapsos de memória.2 Deus não nos criou para sermos ansiosos. Felizmente, Ele tem um jeito de nos ajudar a resolver esse problema.
A ansiedade e a criação de Deus (Gn 1:9, 12, 18, 21, 25, 31; 3:6-10). Enquanto criava o mundo, Deus declarou várias vezes que o planeta era “bom”, ou seja, perfeito. Não havia motivo para ansiedade. Deus não criou os seres humanos para viverem com medo, mas num relacionamento de paz com Ele e com todos os outros seres.
Quando Adão e Eva pecaram, grande parte dessa perfeição foi substituída por vergonha, medo e perigo. O medo que sentimos hoje é resultado do pecado que há no mundo e em nós, mas Deus deseja nos dar paz (Jo 10:10). Ele tem o objetivo de eliminar esse medo ao máximo possível e melhorar o relacionamento entre Ele e nós.
Após a Queda (Mt 6:25-34; Rm 8:35, 38, 39). Embora Cristo tenha vindo para nos dar paz e esperança, está-se tornando cada vez mais difícil viver sem sentir ansiedade. Sem dúvida, Ele sabia disso, pois, no Sermão do Monte, aconselhou várias vezes Seus ouvintes a não se preocuparem (Mt 6:25, 27, 28, 31 e 34). Essa repetição nos mostra o quanto Ele deseja que tenhamos paz em um mundo de medo.
A frase “não se preocupem” também pode ser interpretada como “não fiquem ansiosos”, “não percam o sono por causa da preocupação”, “não se afadiguem”, “não se aflijam quanto ao futuro”. A versão Weymouth diz: “‘Não se preocupem excessivamente’” (Mt 6:34). Na New Living Translation se diz: “‘Não se preocupem com a vida cotidiana’” (Mt 6:34); e a versão de Darby diz: “‘Não fiquem ansiosos quanto a sua vida’” (Mt 6:34).
Discípulos preocupados (Jo 14:1-3; 1Jo 4:18). Apesar do que Jesus ensinou a Seus discípulos a respeito de não se preocuparem, eles muitas vezes sentiam medo. Depois de conviverem com Cristo por mais de três anos, os discípulos ainda não compreendiam o fato de que Ele iria deixá-los. Ficaram ansiosos. Jesus os consolou: “‘Não se perturbe o coração de vocês”. Como eles confiavam em Deus, deviam confiar também nEle e no fato de que Ele lhes prepararia um lugar melhor (Jo 14:1-3).
“Não se perturbe o coração de vocês” também pode ser traduzido como “Parem de deixar o coração de vocês ficar perturbado”.3 Isso indica que Ele estava lhes fazendo um apelo para que tivessem paz mental. A confiança nEle também faz parte dos remédios de Deus para a ansiedade.
Combatendo a ansiedade (Sl 91; Jr 29:11; Mt 7:7; Rm 8:31; Fp 4:11-13). A vida é cheia de desafios e dificuldades, e nossos momentos felizes são rapidamente eclipsados por acontecimentos desagradáveis. Contudo, Deus assegura àqueles que O conhecem que não devem se desesperar nem ficar ansiosos, mas ter confiança em Sua capacidade de prover o que precisam. Para os que têm necessidade de algo, Ele diz: “‘Peçam, e lhes será dado’” (Mt 7:7). Para aqueles que não têm certeza do que o futuro lhes reserva, Ele diz: “Porque sou Eu que conheço os planos que tenho para vocês. ... planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jr 29:11). Àqueles que estão aterrorizados por doenças incuráveis e pragas, Deus assegura repetidamente no Salmo 91 que Ele é seu refúgio.
Em sua carta aos Romanos, Paulo escreveu: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (8:31). Ele nos aconselha a estar contentes em toda e qualquer situação em que nos encontrarmos (Fp 4:11-13). William Barclay, em seu comentário sobre a ansiedade, disse: “O futuro real raras vezes é tão mau como o futuro que tememos”.4 Se levássemos apenas nossas preocupações de hoje e não o medo pelo amanhã, poderíamos desfrutar muito mais paz do que temos agora. Embora estejamos vivendo num mundo de pecado, Deus deseja que desfrutemos a vida e que tenhamos confiança e paz no conhecimento de Sua capacidade de providenciar em nosso favor e de cuidar de nós.
1. Patient UK. Disponível em: http://www.patient.co.uk/health/Anxiety-Generalised-Anxiety-Disorder.htm (acessado em 1o de agosto de 2009).
2. WebMD. Health and Balance: How Worrying Affects Your Body. Disponível em: http://www.webmd.com /balance/how-worrying-affects-your-body?page=2&print=true
3. The SDA Bible Commentary, v. 5, p. 1034.
4. William Barclay, The Gospel of Matthew, v. 1, edição revisada (Westminster Press, Philadelphia), p. 259.
Mãos à Bíblia
4. Reflita nas confortantes palavras de Jesus a Seus discípulos (Jo 14:1,2). Em que circunstância Ele proferiu essa promessa? Para que dirigiu os pensamentos dos discípulos? Jo 13:33-38
Essas palavras de amor fortalecem nossa confiança em Deus, o Pai, e em Jesus. Somente Cristo pode libertar o coração perturbado que encara o futuro com angústia. Jesus chamou imediatamente a atenção dos discípulos para o Reino que lhes estava preparando.
5. Como o salmista compara a confiança em Deus com a confiança na humanidade? Sl 118:8, 9
6. O que Jesus quis dizer em Mateus 18:3?
O primeiro desafio das crianças é desenvolver confiança na mãe. Depois disso, os pequenos se sentem contentes e confiantes em relação ao mundo e ao futuro. Esse é o princípio da confiança. Jesus nos pede que nos relacionemos com Ele como uma criança com sua mãe, deixando-se acalmar e confortar por seu carinho.
Pense Nisto
1. A ordem de Jesus para que não nos preocupemos sugere que não devemos fazer planos para nosso futuro? Explique sua resposta.
2. Por que Cristo não nos promete uma existência livre de problemas?
3. A preocupação indica que não somos cristãos fiéis? Por quê?
Luke Limbithu | Berkshire, Inglaterra
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