Além da Dor.....

"Porventura, Jó debalde teme a Deus?" (Jó 1:9) é o desafio de Satanás. Ele diz: "No mundo em que sou o príncipe, conheço esse tipo de gente. Quando chega a provação, a integridade deles foge. Quando o mau-cheiro da morte os cerca, o perfume da fé se transforma no enjôo da dúvida, a dúvida em negação, e a negação em nada".
Assim, Satanás freqüentemente consegue colocar a fé à venda pelo melhor preço, e transformar a oração no orgulho do fariseu ou no ópio do pobre. Mas, em um mundo assim, "havia um homem... cujo nome era Jó" (Jó 1:1). Ele foi atraído para o centro do grande conflito sem saber, mas não despreparado, e nele temos uma lição histórica do significado da fé e da oração.
A vida de Jó reconhece que pôr-do-sol e amanhecer, nuvens escuras e céu brilhante, lágrimas de pesar e sorrisos de satisfação são apenas pequenos momentos na jornada da vida. Em todo este tempo, a fé e a oração precisam brilhar e fazer-nos confessar: "Eu sei que o meu Redentor vive e por fim Se levantará sobre a Terra" (Jó 19:25).
Duas razões pelas quais Jó continuou tendo fé em Deus, mesmo quando seu sofrimento parecia insuportável e imerecido:
Primeira: Fé a todo custo. Na vida ou na morte, na alegria ou na dor, no abraço divino ou no ataque de Satanás, Jó afirma que sua fé em Deus não se abalará (Jó 13:15). A fé em Deus nos capacita a orar: "Em meio a nenhuma esperança, devo ter esperança". "A fé faz leve cada fardo, alivia cada fadiga". - Ellen G. White, Profetas e Reis, pág. 175.
Segunda: A fé é custosa, mas tem um propósito. Enquanto os amigos de Jó atribuíam ao pecado a culpa pelo seu sofrimento, Jó discordava deles. Ele não podia dizer porque o justo sofre, mas sabia que a fé em Deus não está à venda. Ele admitia que a fé é custosa e, ele afirma: "Prove-me, e sairei como o ouro" (Jó 23:10, ARC). Este é o resultado final de uma vida de fé e oração.
Como todos sabemos, o silêncio é um dos tratamentos mais cruéis que uma pessoa pode dar a um amigo. Ele é facilmente interpretado como hostilidade, indiferença, insensibilidade ou falta de solidariedade para com aquele que está sofrendo. O silêncio de Deus provocou a tristeza de Jó.
Ele falava com Deus, exigindo uma audiência, e Deus não respondia (13:22 e 24; 30:20). Mas, na escuridão do abandono de Jó, raios de luz cada vez mais intensos, brilhavam sobre ele. E esses raios foram a causa de sublimes expressões de fé.
Embora Jó não pudesse encontrar-se com Deus, ele cria que Deus estava ciente de seus caminhos e tinha um propósito em Seus procedimentos com ele. Jó estava começando a entender que estava sendo provado. Ele ainda não sabia do desafio de Satanás a seu respeito, mas, desde o início das provações, reconheceu que deveria continuar confiando na justiça divina mesmo quando as coisas se mostrassem totalmente desfavoráveis: "Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!" (Jó 1:21).
Um dos degraus da escada pela qual Jó subiu do desespero para a fé foi o reconhecimento de sua parte de que não estava sendo castigado ou tratado injustamente, mas, sim, que estava sendo provado para sair como ouro puro de um forno.
"Acho até difícil fazer comentários sobre essa cena. Aqui está Deus atuando num homem bom, um homem digno dos maiores elogios, e tornando-o ainda melhor do que é. Deus está operando em um dos Seus escolhidos, e aprimorando-o. Está levando Jô a atravessar uma maravilhosa experiência pessoal de purificação e santificação. Com muito amor, Ele o aproxima e afasta do fogo, para queimar as impurezas, preparando-o para ser um modelo de como um homem é aperfeiçoado através do sofrimento.
"Esta cena que Jó está vivendo é a experiência por que todos precisamos passar, mas que todos tememos: a dolorosa, porém gloriosa experiência de nos conhecermos como de fato somos, e conhecermos de verdade ao nosso Deus".
Don Baker, Além da Dor, pp. 59-60

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